Você é a palmatória do mundo?

23/06/2018
Ribeirão Pires, São Paulo. Brasil.
EDIÇÃO ESPECIAL SOBRE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Correspondente Bárbara Soares para o Master Coach Nilton Marques.
‘Quando vejo uma criança, ela inspira-me dois sentimentos: ternura, pelo que é, e respeito pelo que pode vir a ser’. Louis Pasteur há tempos já sabia o que dizia. Há muito venho refletindo sobre isto também: sobre o que pode vir a ser.

Nas diversas fases da vida, somos orientados ao aprimoramento. Aquele que se submete ao grau de bacharel ou licenciado pronto estará para a vida que, ávida, lhe espera. Quanta contradição, justo eu, doutoranda, foquei muito da minha jornada aos estudos. Mas separemos o joio do trigo aqui, nesta reflexão.

O que quero trazer à baila, caro leitor é sobre a educação que nos faltou receber ao longo das tantas aulas que já recebemos.   Eis, portanto, minha pergunta:
 

Você é inteligível?
Você é um ser decifrável para aquele com quem você se relaciona?
INTELIGÍVEL EMOCIONAL.
INTELIGENTE EMOCIONAL.
Você foi ensinado a ter Inteligência emocional?

Reflito:

Quando será ensinado às crianças na escola que, no mundo dos adultos (quando elas aterrissarem na próxima fase), que estar só e não só com os coleguinhas também pode ser bom? Qual é a disciplina em que se aprende tal proeza? Chegará também o dia em que nossos pequeninos serão ensinados que lamentar a recusa daquele paquerinha pode ter sido um ganho?

Alguns adultos mais maduros chamariam isto de Moral e Cívica, Ética e Cidadania, disciplinas extintas após o novo regime de ensino aplicado hoje nos diversos institutos. Eu não estou, porém, me referindo a isto. Eu me refiro à escola do comportar-se.

À escola não do comportar-se “como se deve”, ou à polidez da politesse. Eu gostaria muito de saber que dia o mestre ensinará ao infanto que chegará o dia em que ele sentirá algo chamado solidão e que, se ele não cuidar disto essa tal solidão potencializará seus demais problemas.

Tampouco ainda me refiro aqui às novas metodologias, abordagens de ensino ou novidades no campo da educação. Caro leitor, eu quero que você vá comigo, além, neste raciocínio.

“A importância que você dá ao seu filho não é a mesma importância que o mundo dará a ele.”

No vulgo, escola da vida, ainda não se ensinou a como fazer para se sentir parte do todo mesmo quando você precisar ser o criador de um novo todo, porque (...) você pode ter sido excluído da matilha.

Nós adultos estamos há tempos de D.P (de exame, de dependência) na matéria do inteligir no agir emocional em relação aos nossos entes e rededores.

Pergunto-me ainda quando chegará o dia em que nossas sementinhas de seres humanos aprenderão que, ser popular não significa necessariamente ser feliz. Qual será o dia em que aprenderão que o príncipe encantado pode não ser o parceiro que passará toda a jornada de uma vida ao teu lado e que, está tudo bem mesmo assim. Qual será o nome da disciplina que ensinará aos nossos novos adultos que, quem nos agrada nem sempre nos quer verdadeiramente bem. E que, talvez apenas aos 55, 60 ou em seus 70 anos você tenha finalmente a ideia genial que tanto esperou ter e, que apenas depois de aprender a ser humilde você finalmente pedirá perdão a todos que magoou? E que isso pode acontecer quando você estiver em seus 45 ou 48 anos.

Qual será o dia em que seu filho irá querer ir para a escola todos os dias ávido por aprender?
Qual será o dia em que seu filho quererá dormir na escolinha porque haverá acampamento?
Qual será o dia em que sua princesinha fará o aniversário dela com os colegas no instituto?
Qual será o dia em que seu filho irá querer ir apenas um dia sim dia não pois alguém o excluiu?
Qual será o dia em que seu filho ficará doente pois não quer ir fazer a avaliação difícil?
Qual será  o dia em que você será chamado na escola porque seu filho não saía do banheiro?
Qual será o dia em que ele chegará roxo na escola e você se sentirá culpado por não ter percebido algo de diferente no comportamento dele?
E qual será por fim o dia em que você precisará trocar ele de escola pois ele já não tem “emocional” mais para lidar com a forma como os coleguinhas o tratam?

Tornar-se um adulto pouco tem a ver com a idade que se tem no registro, tornar-se adulto tampouco pode ter a ver com maturidade necessariamente. Porque, o que é ser maduro? A representação cultural, social importa mesmo é se este adulto aos 19 ou aos 41 anos por fim sabe como dizer adeus. Adeus não só àquele que se foi por óbito, mas também àquele que já não veste os mesmos valores que os teus. Adulto pode finalmente ser àquele que passou na matéria do desapego, do ‘deixar ir’, porque já não é sem tempo. E, dessa forma, inteligente pode não representar necessariamente aquele o qual é capaz de solucionar os logaritmos todos de uma vez (o que tem um mérito e tanto), mas também inteligente pode ser aquele que reconhece que, por vezes os que mais você ama, aqueles que você enxergou pela primeira vez um rosto familiar, serão os mesmos que irão te ferir a fundo e, que está tudo bem em certo momento seguir a vida sem eles. Torna-te quem tu és. Já dizia o sábio. Há muito o que refletir, há muito no entanto o que agir. Sempre é tempo para este agir.

Assim, comecei este artigo perguntando a ti se você é a palmatória do mundo. Tudo isto caro autor foi para lhe pedir que, encarecidamente requeira aos seus mestres, institutos, anciões e correligionários que inclua a matéria da Inteligência

Emocional não mais como optativa e sim como obrigatória neste curso chamado Vida. Curso este que, de D.P ou não você não poderá assistir novamente esta aula.